Como em qualquer curso que se preze, é fundamental a busca da qualidade, para quem ministra e para quem procura o estabelecimento de ensino. Pelo menos esta é a regra.
Hoje há um verdadeiro boom de escolas de informática apresentando cursos de Formação de Webdesigner, rotulando erroneamente o trabalho dos profissionais que desenvolvem sites e oferecendo custos a partir de R$ 40,00 mensais.
Infelizmente, é a exploração da credulidade alheia. Não se forma um "webdesigner" em 40, 50, 100 horas de aula.
Necessita–se muito mais, pois envolve conceito de cores, noçõesbásicas de manipulação de banco de dados, conhecimento de interatividade e, o principal, pelo menos o domínio da língua pátria.
Não se pode descartar, portanto, a necessidade do aluno ter pelo menos o ensino médio completo (o antigo segundo grau), requisito que não é obrigatório na maioria dos cursos que estão aparecendo por aí. Incrivelmente, há cursos que não exigem escolaridade, conhecimento de internet e alguns sequer o conhecimento de computadores.
Certa vez acompanhamos uma ação de telemarketing, onde um vendedor buscava convencer alguém a fazer um curso entitulado "Webdesigner" com um custo de R$ 970 ecarga de 55 horas,sob o argumento de que este investimento retornaria noprimeiro mês de trabalho. Afinal, o salário de um webdesigner está, no mínimo, em R$ 1.800 mensais.
Numa época em que o mercado começa a dar sinais de reestruturação, a tendência é torná–lo mais exigente quanto aos profissionais. Um curso não significa garantia de sucesso na profissão. O lado autodidata e intuitivo nesta área tem papel preponderante na busca do conhecimento.
Portanto, a quem pretende adentrar na área aconselhamos utilizar a própria internet para coletar informações que ajudem na formação da convicção. Visite sites de escolas, obtenha apostilas e tutoriais e procure aprofundar–se cada vez mais no assunto. Procure relacionar–se com pessoas que já atuem na área e fazer cursos através de escolas indicadas por colegas. Desconfie sempre de anúncios fantasiosos.
É impossível desmerecer a expectativa de muitos que se matriculam em um curso voltado para a web. Já presenciamos casos de alunos que depois de 10 horas de curso já começavam a ver as coisas com olhos mais críticos, podendo deduzir que aquele curso serviria somente para enriquecer o currículo, e, no máximo, desenvolver a página de algum parente.
Outro aluno, por exemplo, durante um curso de criação de websites, em módulo que abordava 20 horas de Photoshop, se apaixonou pelo software. Tornou–se designer e trabalha contente em uma gráfica. Internet para ele agora é só para e–mail e chat. Um terceiro aluno achou tão interessante uma rotina de Javascript, que emendou com um curso de VB. Hoje só faz software para videolocadoras e postos de gasolina. Usa a internet para mandar orçamento.
Assim, quem está pensando em fazer um curso para trabalhar na web, não se desencoraje. Apenas lembre–se que TODA a área de informática sempre será muito promissora, valendo para isso o nível de vontade e dedicação.
Em todo ciclo econômico sempre há uma seleção natural, o que vai ajudar a reduzir a oferta de cursinhos que exploram a credulidade alheia e também a de consumidores dispostos a fomentar este mercado.
Faça você a sua parte.